Há mais de 26 anos trabalhando com estudantes, a educandora Arlete Alves Gomes conta que, nos últimos anos, houve enorme mudança na relação do aluno-professor. Pedagoga na escola Municipal René Chateaubriand Domingues em Contagem, ela conta que há mais de dez anos era possível perceber alguns poucos problemas isolados na sala de aula. Hoje, segundo ela, a relação de compromisso e de organização dos estudantes deteriorou.
Arlete Gomes constata que cada vez mais se tornam raros os alunos conscientes do respeito e dos deveres que devem reger as relações na escola e qual o verdadeiro papel da escola na vida deles.
A pedagoga avalia que a formação do ser humano está se perdendo em razão do dia a dia atribulado dos pais, hoje com pouco tempo para transmitir valores. "Isso está se refletindo no ambiente escolar. Em muitos casos, é preciso educar os pais primeiro para que eles possam entender o que está acontecendo com seu filho. Há caso em que os pais precisam ouvir da gente orientações básicas, o que não era necessário fazer com as gerações anteriores. Muitos casais, saem fortalecidos e aprendem a falar não. Entretanto, existem aqueles que só dão razão aos filhos, aí fica difícil".
Para reconstruir a autoridade do professor, Arlete Gomes aponta como quesito fundamental a união entre a escola e a família. No entanto, ela afirma que ninguém quer ceder e nenhum lado quer admitir sua parcela de culpa. " Enquanto estivermos divididos, vamos continuar sentindo o reflexo de tudo que estamos vivendo hoje na sociedade. Creio que na escola, a família, a mídia e o governo precisam se unir, pois, só através da união, do diálogo e da parceria é que iremos reconstruir uma sociedade respeitosa".
Arlete Gomes, Pegagoga da Escola Municipal René Chateaubrind Domingues |
Jornal de Opinião
12 a 17 Outubro de 2011- Ano 22. n° 1166
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