segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Mães superprotetoras

Mães são sinônimos de amor. Amam os filhos incondicionalmente até mesmo por instinto e, por natureza, são como todas as fêmeas, capazes de matar para proteger sua prole.

Mas, alto lá! Sabia que o excesso de proteção pode sufocar seu filho? Mais: criá-lo dentro de uma redoma pode comprometer sua felicidade até a vida adulta. Como e em que momento reconhecer-se como uma verdadeira superprotetora é a grande reflexão para este Dia das Mães.
Segundo o psiquiatra e educador Içami Tiba, toda mãe corre o risco de se tornar uma superprotetora, especialmente aquelas que têm apenas um filho. E isso é fatal!

"A mãe superprotetora é aquela que poupa o filho de todo tipo de atividade que caberia a ele. Ela faz tudo em seu lugar: recolhe seus brinquedos, faz sua lição de casa... É aquela que não consegue enxergar que a criança cresce e lhe nega independência. É aquela que, provavelmente, vai concorrer com a futura nora, e acabará atrapalhando o casamento do filho", diz o especialista, ressaltando que não é apenas durante a infância dos filhos que muitas mães agem com excesso de proteção. "Até nas receitas médicas ela interfere. Recusa-se a seguir as orientações do médico por julgar que o remédio pode fazer mal ao filho".

Mesmo na escola, um local onde a maioria das crianças têm de assumir por si próprias suas responsabilidades, a mãe superprotetora não permite que a professora seja firme com seu filho. Sua interferência na rotina escolar, inclusive, é uma realidade que irrita os educadores. "Essas são o tipo de mãe que financiam a deseducação. Fazem os filhos gastarem energia para chorar e não para crescer. Querem adaptar o mundo para que o filho fique inalterado. O professor é errado, a escola é errada, o governo é errado, o mundo não é bom o suficiente para ele", diz Dr. Tiba.

Os efeitos colaterais, ressalta o psiquiatra, são duros e podem ser percebidos quando o filho passa a se mostrar inseguro, ansioso, a não ter mais amigos, não render na escola. "A mãe superprotetora acaba reagindo de modo a não permitir que o filho lide com suas frustrações. Age para mostrar ao mundo que seu "bebê" é o máximo, enquanto, na verdade, a autoestima dele continua baixíssima. Se faz uma festa de arromba, é para exibir o filho. E este, em vez de amigos, começa a ganhar puxa-sacos".

O correto, alerta Dr. Tiba, é a mãe utilizar o bom senso. "Quando contrariada, em vez de agir imediatamente, ela deve procurar uma saída para que o próprio filho tenha de reagir. "Em atos simples como guardar brinquedos, por exemplo. Ela não deve tomar para si uma função que é dele, como se ela já não tivesse tarefas suficientes para cumprir como mãe, esposa e profissional".

Outro exemplo: quando um menino corre e bate a cabeça no móvel, abrindo um berreiro daqueles. "Em vez de pegá-lo no colo e dar uns tapinhas na mesa dizendo ‘feia... ah, ah, ah’, como se o móvel fosse o culpado, a mãe poderia dizer ‘a mesa estava parada filho, tome cuidado ao passar por aqui’".

Esta é uma forma, inclusive, de dosar a sensação de poder que acomete as crianças. "Superproteger é afirmar que os outros são sempre errados, menos o filho. Em futuros conflitos familiares, ele não pensará que os pais é que são ruins? Normalmente, quando o filho resolve ofender sua mãe verbalmente, é porque já pratica ofensas contra ela há muito tempo, mas de formas diversas".

site: vilamulher.terra.com.br

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