Por se tratar de uma coisa que às vezes é comum na faixa etária de nossos alunos, resolvemos dar uma mãozinha aos pais de como lhe dar quando acontece em casa, ruas, e outros locais.Nada de alarmar, mas é bom ficar atentos às causas que podem ser variadas e nunca é bom subestimar quando houver reincidências.
EPISTAXE – SANGRAMENTO DO NARIZ – HEMORRAGIA NASAL
O que é?
Hemorragia (sangramento) que vem das fossas nasais e exterioriza – pela narina ou pela nasofaringe.
O sangramento pode ser de dois tipos:
Anterior: tem origem na porção anterior da cavidade nasal, geralmente na área de Kiesselbach, acima da extremidade posterior do vestíbulo nasal ou na extremidade anterior do corneto inferior.
Posterior: tem origem na parte posterior da cavidade nasal ou da nasofaringe, geralmente na metade posterior do corneto médio ou do teto da cavidade nasal.
Faixas etárias mais acometidas: abaixo de 10 e acima de 50 anos.
- O que causa?
- Quais os sinais e sintomas?
- Qual condição pode ser confundida com epistaxe?
- Há necessidade de internação hospitalar?
- Pode complicar? Como evolui?
Causas:
- Desconhecida na maioria das vezes
- Trauma / Contusão da mucosa: limpando o nariz com o dedo, umidade baixa, objeto estranho nas fossas nasais.
- Rinite ou sinusite
- Infecções generalizadas (escarlatina, malária, febre tifóide).
- Febre reumática
- Anormalidades dos vasos
- Tumor nasal
- Pressão alta
- Medicamentos – heparina e warfarina
- Alterações das células do sangue
- Leucemia
- Abertura do septo – leishmaniose ou uso de cocaína
- Desvio de septo
- Endometriose (endométrio que se encontra nas fossas nasais)
Sinais e sintomas:
- Sangramento pela narina ou nasofaringe
- Sangramento posterior pode não ter sintomas ou se manifestar de diversas formas
- Para encontrar o sangramento usa – se lâmpada, especulo nasal e aspiração – limpa-se o nariz, tira-se o sangue coagulado com pinça e pede-se ao paciente que assoe o nariz
- Sangramento espalhado lembra causa generalizada
- Se sangramento dos dois lados pode ser difícil achar o local específico
Diagnóstico diferencial:
Se sangramento posterior diferenciar de hemoptise (tosse com sangue) e hematêmese (vômito com sangue).
Exames (apenas em casos selecionados):
- Hemograma e Coagulograma
- Rx dos seios paranasais
- Videoencoscopia nasal com fibra óptica
Complicações:
- Sinusite
- Hematoma (acúmulo de sangue) ou abscesso (concentração de pus) septal – durante aplicação do tampão
- Rompimento do septo por cauterização
- Necrose (morte do tecido) do septo por alta pressão do tampão ou balão
Como tratar do paciente?
Podem ser internado se sangramento for grave ou pacientes idosos com sangramento posterior.
Se sangramento anterior, pressionar área por 5 a 10 minutos e colocar compressa na área afetada com vasoconstritor (cloridrato de oximetazolina ou fenilefrina) e anestésico local (xilocaína). Remover compressa e observar, se necessário cauterizar com nitrato de prata.
Se sangramento posterior coloca-se um rolo de gaze, enrolada e dobrada, de 10 cm, amarrada com dois fios de seda grossos. Uma ponta de um dos fios é amarrada a um cateter que é introduzido na cavidade nasal e retirado pela boca. O tampão é fixo na nasofaringe. Tamponamento é sustentado por 2 a 4 dias. Esse tamponamento vem sendo substituído por uso de balão.
Sangramento refratário (raros casos, principalmente em idosos), pode ser necessária ligadura cirúrgica.
Como o paciente evolui? O sangramento pode voltar?
Geralmente o sangramento é contido com tratamento adequado, porém recidivas podem ocorrer.
Considerações finais:
1. Sempre medir a pressão do paciente, porque pressão alta é causa de sangramento nasal.
2. Sangramento somente de um lado sugere causa traumática ou defeito local e sangramento dos 2 lados pode indicar (pressão muito alta, desconcerto do sangue ou da coagulação)
3. Sangramentos de difícil tratamento ou que reaparecem devem ser avaliados através de visão por fibra óptica rígida.
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